Em Audiência Pública sobre mobilidade urbana, Godoy defende Plano Metropolitano
A Câmara Municipal de Sorocaba realizou nesta quarta-feira, 15, Audiência Pública para discutir o Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana do Município elaborado pela Prefeitura (Projeto de Lei nº 198/2014), por exigência do Estatuto das Cidades.
Vereadores e lideranças comunitárias fizeram sugestões e questionamentos ao engenheiro João Luiz de Souza Arêas, da Secretaria de Mobilidade, Desenvolvimento Urbano e Obras, e ao diretor-presidente da URBES, Renato Gianolla, representantes da Prefeitura. Gianolla enfatizou que o Plano prioriza o pedestre e o transporte coletivo e não o motorizado, desestimulando o uso de veículos”. O presidente da Urbes ressaltou ainda que o Plano de Mobilidade está atrelado ao Plano Diretor Físico Territorial de Sorocaba, recentemente aprovado pela Câmara. “Trata-se de um projeto de diretrizes que traz o planejamento e apontamentos para os próximos dez anos.”
Helio Godoy destacou que “temos uma oportunidade no Plano de Mobilidade, em médio e longo prazo, de pensarmos, por exemplo, uma revitalização completa do centro e depois de todo o perímetro, as novas centralidades que já se formaram em todas as regiões da cidade. Porém, ações em curso podem comprometer o planejamento. E citou como exemplo desta preocupação a construção de uma grande avenida às margens do Córrego Itanguá, interligando a Avenida Adão Pereira de Camargo, no Parque Esmeralda, com a Avenida Dr. Luiz Marins de Almeida, no Jardim são Paulo. A obra faz parte do Complexo Viário Governador Franco Montoro e prevê a construção de pistas – uma de cada lado – margeando o córrego entre a Rua Cecília Meirelles e a Avenida Américo Figueiredo. “Vamos, inclusive, fazer um requerimento pedindo mais detalhes à Prefeitura sobre o por quê desta sobreposição do córrego apenas naquele trecho (na ilustração, abaixo da expressão futura ponte). Godoy argumenta que este tipo de projeto contraria as modernas normas de mobilidade e ocupação dos fundos dos vales sem invasão das áreas de várzea, para que não ocorram enchentes como a do começo de março, isolando os bairros e provocando, infelizmente, uma morte”. O parlamentar diz ainda que a crescente ocupação do solo (com novos loteamentos) aumenta a velocidade e a quantidade de água no fundo dos vales. “Por isso, devemos ser mais criteriosos ao autorizar empreendimentos particulares e mesmo públicos nestas áreas.”
O parlamentar enfatizou que “hoje temos uma lei federal, o Estatuto das Cidades, que prevê projetos a longo prazo. Não se pode esperar o problema aparecer, para agir. Precisamos ampliar as análises e as ações. É preciso pensar também na região”. Godoy, que organiza o Parlamento Regional, em conjunto com a AVESP – Associação dos Vereadores do Estado de São Paulo, defende que todos os planos municipais devem levar em conta a nova situação, de Região Metropolitana, de modo que um município não implante medidas que conflitem ou que prejudiquem os vizinhos. “E Sorocaba, como sede, tem um papel muito importante neste direcionamento visando a melhoria e garantia da qualidade de vida a toda a população.” O parlamentar citou como exemplo a questão do transporte. “A partir da efetiva implantação da Região Metropolitana, a gestão do transporte coletivo passa para a EMTU – Empresa Metropiltana de Transportes Urbanos, o que permitirá, entre outros, o benefício do passe livre aos estudantes. Com apoio de todos os vereadores de Sorocaba, já obtivemos a adesão de colegas das demais cidades e vamos encaminhar documento ao Governo do Estado solicitando a concessão imediata deste benefício.”
No final da Audiència Pública, referindo-se à questão colocada pelo presidente da Urbes no início de sua participação sobre ‘Qual a cidade que queremos?’, Helio Godoy disse que “a cidade que queremos deve ousar no planejamento de médio e longo prazos, para otimizar os recursos. Os cidadãos querem mobilidade, querem ir e vir. Uma cidade onde possam utilizar outros modais além do carro. E, quem sabe, com esse planejamento, possamos optar pelo transporte coletivo ou andar mais a pé ou de bicicleta”.
Veja avaliação da Audiência Pública, em reportagem de Reinaldo Galhardo: