Helio Godoy: “O momento político requer discernimento e muita calma”

“É preciso seguir a lei e também saber separar o joio do trigo”.

Vereador e líder do PRB na Câmara de Sorocaba, o pré-candidato a prefeito Helio Godoy usou a tribuna na sessão desta quinta-feira, 17/3, para analisar o momento político nacional e as suas repercussões em Sorocaba. Primeiro, Godoy leu a nota do PRB sobre a saída do Partido da Base do Governo Federal. Resumidamente, o comunicado informa que o PRB – Partido Republicano Brasileiro “levou em conta, além das sucessivas e graves denúncias de corrupção envolvendo o governo, a evidente dificuldade da presidente de formular um projeto político e econômico capaz de conter a crise instalada e restaurar a confiança dos brasileiros no futuro do país. O PRB não se posicionará como oposição, mas trilhará o caminho da independência, sem se negar ao diálogo, à colaboração e a votar favoravelmente todas as propostas que considerar positivas para o País.”

Depois de ler a nota do PRB, Helio Godoy opinou sobre a manifestação do último domingo e desdobramentos da nomeação, pela Presidente Dilma, do ex-presidente Lula para a Casa Civil:  “Independentemente das discussões que serão travadas em todos os âmbitos sobre a legalidade ou não da gravação e divulgação das falas (do ex-presidente com a presidente Dilma e outros interlocutores), fica a lição para todos nós, sobretudo os políticos, de que o interesse público deve sempre estar acima dos interesses e conveniências pessoais. A impessoalidade é um dos princípios constitucionais que devem ser observados pelos agentes públicos”, argumentou o parlamentar do PRB, acrescentando que “no olho do furacão está o partido da presidente, mas as denúncias e delações também abrangem a maioria dos partidos e suas lideranças nacionais, incluindo os de oposição.”

E prosseguiu: “é bom lembrar que o Petrolão é resultado de uma prática antiga da nossa história… de troca de favores entre políticos e grupos econômicos poderosos. Uma grande ação entre amigos que se agrupam em associações de classes, sindicatos, cartéis…partidos políticos…”, disse Helio Godoy, acrescentando que “o nosso partido veio justamente para mostrar que as pessoas de bem são maioria e que precisam tomar as rédeas. Do contrário – enfatizou – os oportunistas de sempre o farão, como vimos no último domingo, quando entre as milhares de pessoas que foram ao parque Campolim, na zona sul da cidade, estiveram ex-prefeitos e seus grupos de assessores.”

O vereador criticou o que chamou de oportunismo de alguns políticos que não têm a ficha limpa, que também estão sendo processados ou acusados de irregularidades. Disse achar muito estranho o comportamento de políticos  “ligados aos grupos que lideraram a massiva privatização das estatais e que também são alvo de escândalos, como o dos trens da capital”, e dos partidos  “que ora estão num lado, ora no outro. Que uma hora dizem que vão sair do Governo, outra que vão dar aviso prévio. Mas toleram os seus caciques que comandam a Câmara e o Senado (também envolvidos nas investigações e delações da Operação Lava Jato)” . “Infelizmente, esta mistura – uma verdadeira salada de interesses nada republicanos – acaba  comprometendo e arrastando para a mesma vala muita gente de bem. Ou seja: estas lideranças nacionais – e alguns poderosos regionais – fazem as suas negociatas e quem paga o pato somos todos nós…o  povo e também seus representantes nesta casa”, disse Godoy citando alguns colegas vereadores.

“Por isso, precisamos ter muita calma e discernimento. Todos temos o direito de expressar nossas opiniões e também de ir e vir, livremente. Mas não podemos cair nesta armadilha do modismo. Do adesismo. Da novidade pela novidade. De uma falsa luta do bem contra o mal.

Enquanto não se muda o sistema político-eleitoral, nos resta olhar para a história e trajetória dos agentes públicos, para as suas convicções e crenças; é preciso saber separar o joio do trigo”, enfatizou.