Revolta e comoção marcam audiência pública da Educação na Câmara Municipal

choro

Um público de aproximadamente 300 pessoas participou ativamente da audiência pública que, durante quatro horas, das 18h às 22h, debateu o futuro da Educação em Sorocaba. Pais de alunos, estudantes e professores deixaram o seu principal recado: não querem o fechamento de 5 escolas municipais, de 14 Oficinas do Sabe Tudo e a transferência de alunos da rede municipal de ensino para escolas estaduais. Helio Godoy (PRB) fez um balanço do encontro. “Foi extremamente positivo pela participação maciça dos pais, alunos e professores que estão preocupados com o desmonte da Educação, fechamento de escolas. Marcamos a audiência e abrimos para a sociedade se manifestar. Espero que haja um entendimento de que este não é o momento adequado para se implantar uma mudança profunda no ensino e de forma tão repentina”.

Godoy lembrou que todos na audiência se sensibilizaram com a jovem bárbara, estudante da Escola Municipal Aquilles de Almeida. “Uma menina que, aos prantos, revelou o seu medo de perder os amigos, a sua história na escola onde estuda desde pequena. O choro dessa jovem nos sensibilizou e esperamos que esse choro chegue ao prefeito para que essa proposta de mudança seja postergada, até porque em Sorocaba as pessoas precisam ter vez e voz”, opina Helio. Um grande número de jovens também chamou a atenção ao se manifestar em defesa de suas escolas e o quanto estão sentindo o risco e efeitos negativos que as transferências poderão impactar em suas vidas para sempre. Olhos lacrimejados e voz embargada fizeram parte da maioria dos discursos da população.

Outro discurso que levou o público ao silêncio e introspecção foi da professora Sheila Bovo, ex-secretária municipal de Educação. Durante a sua fala ela aprofundou o debate explicando os fundamentos da Lei de Diretrizes de Base (LDB) e por que, segundo ela, a reorganização do ensino “não tem fundamento pedagógico e é um projeto distante da realidade das salas de aula”.

Abertura política

Sobre a polêmica da realização da audiência pública e que chegou, em alguns momentos a provocar divergência de opiniões, o vereador Helio Godoy envolveu, sim, os demais parlamentares e até tinha convidado o vereador pastor Luis Santos a presidir a audiência. “Porém, houve pressões, conversas e negociações com a nítida intenção de neutralizar a discussão, o que quase se concretizou”, revelou o vereador.
Godoy lembrou que todo parlamentar tem a prerrogativa de propor audiência pública, independentemente de pertencer ou presidir a comissão do assunto. Na audiência desta terça-feira, o vereador Pastor Luis Santos, presidente da Comissão de Educação, chegou a participar, mas depois teve de sair. A Comissão de educação continuou  representada pelo vereador Anselmo Neto.
Participaram ainda ativamente os vereadores José Crespo, Fernando Dini, Marinho Marte, Francisco França, Izídio de Brito e Carlos leite. Jessé Loures designou representante e os vereadores Irineu Toledo, Wanderlei Diogo e Cláudio Gervino justificaram a ausência.

Embora os agentes políticos tenham seus planos de poder e gestão  – e a disputa ideológica se verifique também além da Câmara e do Paço – o objetivo do vereador Helio Godoy foi acolher os apelos principalmente dos pais que o procuraram de modo a proporcionar uma ampla discussão – séria, saudável em nível técnico e político, mas muito longe de disputa pessoal ou de antecipação do debate político-partidário-eleitoral.